quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cerca da noite

Há dois copos numa mesa, de pé, lado a lado - um lugar comum de calor. As duas bebidas ou nectares evaporam-se e ambos vapores abandonam os copos em percursos de hedonismo sinuoso em passadas de tempo.

Agora tocam-se com espasmódicos movimentos num tango de soslaio. Semelhante aos olhos daquele cabrão francês. Agora os dois violinos retomam e no refrão decadente as duas bebidas dissipam-se no ar e misturam-se com a rugosidade da tua pele.

E nós, e também eles os dois, ignoramos tudo isto, somos pares e digestões de dualidades breves e o que permanece numa página é a solidez resquícia da tinta odiosa.Adeus

1 comentário:

Lucia disse...

a dualidade breve do alcool, tenho de aprender a dizer-lhe adeus.